Updates from Novembro, 2011 Toggle Comment Threads | Atalhos de teclado
pedrolopesalmeida
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toque de debandada.
Perdemos a nossa gente nova porque estamos a ser friamente enganados por uma claque amoral, incompetente e inchada de soberba. Há qualquer coisa de infame numa política que não coincide com a justiça e com a procura do bem-estar das populações. A ilustração desta indignidade vemo-la todos os dias e atinge proporções insanas quando a juventude é assim dizimada por um Governo que a despreza ao ponto de a expulsar. “Pátria madrasta, país padrasto”, concluiu João de Barros, o das Décadas, numa frase tão lacónica como excruciante.
“Aqui não tenho futuro!” A frase possui a amplitude de um desígnio e o ferrete de uma insuportável amargura.
da crónica de Baptista-Bastos, aqui, no DN. Vale a pena ir ler.
pedrolopesalmeida
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este país não é para jovens.
Relvas diz que emigração de jovens qualificados pode ser algo “extremamente positivo”
O ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, considerou nesta quarta-feira, no Parlamento, que a emigração de jovens portugueses qualificados sem oferta de emprego em Portugal pode ser algo “extremamente positivo”.
aqui.
PCP denuncia indicações para emigrar dadas nos centros de emprego
O deputado comunista João Oliveira questionou hoje o Ministério da Economia sobre alegadas indicações para emigrar dadas por técnicos do Instituto do Emprego e Formação Profissional a pelo menos 50 jovens no centro de emprego de Montemor-o-Novo.
aqui.
É demais para uma só semana, meus senhores. Shame on you.
pedrolopesalmeida
é como pedir aos incendiários para apagar o fogo.
“Um cínico, perante estes três génios [Lucas Papademos, Mario Monti e Mario Draghi], diria que a União Europeia é como os filmes policiais, onde os criminosos voltam sempre ao lugar do crime. Não vou tão longe. Prefiro Woody Allen: perante tantos génios, uma pessoa até sente saudades dos idiotas.”
João Pereira Coutinho, Correio da Manhã, 12.11.2011
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neguinha
eu quero uma pecina de 2000 litro de agua
pedrolopesalmeida
não saber o que se está a dizer.
O Governo atrapalha-se nas palavras difíceis
Pedro Passos Coelho pegou-se no Parlamento com um deputado do PS e, em tom peremptório, afirmou: “Nós não fazemos malabarices com as cativações!” O primeiro-ministro, nesse primeiro dia de debate sobre o Orçamento do Estado, repetiu a ideia, de forma a que o eco na abóbada do hemiciclo devolvesse em acusação, para a bancada socialista, partido que formou o anterior Governo, aquilo que terá entendido como insinuação contra o actual Executivo PSD/CDS: “Sim, senhor deputado. Nós não fazemos malabarices!”
“Malabarice” é giro, soa bem, mas não existe no dicionário. Há “malabarismo”, “malabarista”, “malabarístico”, e, relativo ao território de Malabar, na Índia, as palavras “malabar”, “malabarense”, “malabaresco” e “malabárico”. Também existe “malabruto”, para designar um homem estúpido mas, julgo, Passos Coelho não queria ir por aí.
Não me atrevo a procurar definições rigorosas para “cativações”, pois “cativar”, que lhe está na origem, tanto significa subjugar, prender ou encantar e hoje não estou para debates ideológicos.
O ministro Álvaro Santos Pereira, ontem, em mais um episódio da mesma novela orçamental, esteve largos minutos a perorar sobre a “descompetividade” da economia. Entusiasmado, foi deleitando a audiência com “descompetividade” para lá e “descompetividade” para cá. Quando anunciou que em 2012 estaríamos no início do fim da crise, já toda a plateia sorria, condescendente, quase ignorando a nova piada do ministro.
É verdade que entre os actores políticos e os comentadores de televisão, estatutariamente sábios nas matérias que analisam mas comprovadamente ignorantes em língua portuguesa, está há muito vulgarizada a oralização da suposta palavra “competividade” em vez da correcta “competitividade”. Também há quem use “precaridade” em vez de “precariedade”. E já ofereceram ao povo, além de impostos, a “desorçamentação”.
Mas o digníssimo doutorado em Economia pela Universidade Simon Fraser, Vancôver, Canadá (canudo para o qual, suponho, o domínio do português foi irrelevante), adicionou um contributo valioso: com o prefixo “des” propõe aos eruditos um neologismo para substituir a expressão “falta de competitividade”. Com tantos cortes para impor não admira que ele pense também em diminuir as sílabas que temos para dizer.
Claro que um grande político, um fabuloso governante, pode, em tese, sem consequências graves, tratar a gramática ao pontapé. O pior não é eles falarem mal, é eles parecerem não saber o que estão a dizer.
Pedro Tadeu, no DN. Sublinhado meu.
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OutofWorld
O Passos Coelho usa normalmente uma linguagem muito comezinha do tipo, ‘como uma mão à frente outra atrás’, ‘quanto mais se cortar agora, melhor será depois’, ‘quem tudo quer tudo perde’, ‘quem dá o que tem, a mais não é obrigado’ e por aí. Vê-se perfeitamente que são reminiscências de infância lá por Trás-os-Montes e depois muito faltinha de leitura e aculturação.
Têm que fazer uma ‘des’alavancagem de tanto disparate.
pedrolopesalmeida
pedrolopesalmeida
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João Moura
Ainda bem que me lembraste pois queria ver este filme com o Flávio ^^
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pedrolopesalmeida
:-) vejam, vejam, é um filme estupendo.
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pedrolopesalmeida
sobre falácias e outros lugares comuns.
Não sei se ainda se usa dizê-lo ou não, mas aqui há uns anos, sempre que alguém trazia à conversa o fundamento humano de uma sociedade socialista rumo ao comunismo, era prática comum vir de algum lado o costumeiro argumento (e eu ouvi-o diversas vezes), “Mas então o senhor acha bem que se eu tiver dois carros tenha que dar um ao Estado??”.
E, não, é claro que ninguém acha bem.
Mas, ironia do destino, parece que é exactamente isso que o governo neo-liberal burguês está a colocar em marcha, com este confisco aos salários, i.e., confiscar a quem vive do seu trabalho os rendimentos sobre o trabalho.
E, suprema ironia, são os comunistas quem parece estar realmente incomodado com o facto. Hoje à noite, no noticiário da rtp i, o António Filipe comentava a nota de imprensa da Associação Sindical de Juízes (linkada acima), dizendo que não há, de facto, diferença substancial entre confiscar um carro, uma casa, ou um salário, a partir do momento em que todos constituem património ao qual o funcionário tem direito, como contrapartida pelo trabalho prestado. E é verdade.
Afinal, o lobo-mau acaba por aparecer no meio da floresta, e até diz ao capuchinho que o caminho não é este, não senhor.
pedrolopesalmeida
cruzar textos.
mourir auprès de toi, Spike Jonze, 2011.
nota: vale bem a pena ver aqui, no nowness, onde a curta-metragem foi publicada, porque a qualidade da imagem é bem superior a esta. infelizmente, o nowness não permite embed no wordpress.
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